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     Em dezembro de 1930, o físico austríaco Wolfgang Pauli propôs a resolução de um problema impregnado na cabeça de muitos cientistas: o desaparecimento de uma certa quantidade de energia no decaimento radioativo beta, comprometendo, assim, a Lei da Conservação da Energia. Pauli afirmou que havia uma outra partícula "nova" envolvida no processo, sem carga e de massa tendente a zero. Em 1934, essa partícula começou a ser chamada de neutrino, do italiano "pequeno nêutron", pelo físico Enrico Fermi. A partir daí, a medida que pesquisas e experimentos avançavam, foi descoberto o antineutrino, bem como outras partículas, e a discrepância entre dois tipos de decaimento beta


     Os neutrinos são a segunda partícula mais abundante do universo, depois do fóton. Também interagem muito fracamente com a matéria. Uma grande fonte próxima a terra é o sol, fruto de suas reações nucleares. Bilhões de neutrinos penetram a terra a cada segundo.

     O Prêmio Nobel de física de 2015 foi para dois físicos que trabalharam em oscilações dos neutrinos e descobriram sua massa, Arthur B. McDonald e Takaaki Kajida. Para isso, eles usaram um enorme detector que necessita de toneladas de uma solução aquosa de cloreto de cádmio. As fontes artificiais de neutrinos podem ser as bombas nucleares - como a de Hiroshima - e os reatores, esta última foi usada para as pesquisas que levaram ao Nobel.

     Já que, diariamente, neutrinos que cruzam o sistema solar para chegar a terra tem origem no núcleo solar, os físicos acreditam que esses podem ser a principal chave para esclarecer dúvidas sobre o núcleo solar e entender mais sobre um dos elementos fundamentais à vida no nosso planeta. Apesar de sabermos pouco sobre essas pequenas partículas, aparentemente, pouco importantes, no futuro, podem ser a peça fundamental de fenômenos nunca antes explicados, o fóton quem o diga.


  
Técnicos reparando o gigante Detector de
                 Neutrinos do Japão







                                                                                                                      Por Matheus Abrantes

   

   A fosfoetanolamina é um composto químico orgânico que pode ser encontrado em diversos mamíferos, e é usado pelo organismo destes para a biossíntese de lipídeos e   constituição da membrana celular. Também é um agente sinalizador, informando o corpo   do indivíduo a situação   funcional das células.
     A partir dos anos 80, o professor de química da USP(Universidade de São Paulo), uma das universidades mais influentes da América Latina, Gilberto Chierice, começou a estudar a fosfoetanolamina. Em seus testes com camundongos, percebeu que o resultado era satisfatório no combate a uma espécie de tumor de pele. Desde então, achou-se que a substância estudada poderia servir de tratamento para pacientes com câncer, e o professor Chierice começou a produzir sinteticamente e distribuir de forma gratuita para quem o procura-se.

 
                                                                                            Fórmula molecular da fosfoetanolamina

     Apesar da droga não ser registrada pela Anvisa(Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e sua síntese artificial na USP ter sido proibida pela reitoria, uma liminar da Justiça que obriga a distribuição da droga pela USP a pacientes vítimas de câncer interessados foi concedida mediante persuasão dos familiares dos pacientes. Esse fato contraria tanto as medidas da USP quanto a diversos médicos, inclusive, o Dr. Drauzio Varella que, em entrevista ao Fantástico(edição do dia 18/10/2015), afirma que nenhum remédio deve ser usado sem um teste efetivo em seres humanos. Ele ainda complementa que não existirá remédio que combata todos os tipos de câncer de uma só vez, pois são diversos os tipos.

     Se esse composto é contraindicado por médicos e pela própria universidade que o estudou, por que criar esperanças consumindo uma droga que supostamente tem o efeito procurado sem nunca antes ter sido testado e comprovada sua eficácia. Resta aos pesquisadores e a Anvisa os devidos procedimentos para, quem sabe, contribuir com a busca incansável da humanidade pela cura do câncer.




                                                                                                           Por Matheus Abrantes