Fosfoetanolamina: Remédio Para o Câncer?

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   A fosfoetanolamina é um composto químico orgânico que pode ser encontrado em diversos mamíferos, e é usado pelo organismo destes para a biossíntese de lipídeos e   constituição da membrana celular. Também é um agente sinalizador, informando o corpo   do indivíduo a situação   funcional das células.
     A partir dos anos 80, o professor de química da USP(Universidade de São Paulo), uma das universidades mais influentes da América Latina, Gilberto Chierice, começou a estudar a fosfoetanolamina. Em seus testes com camundongos, percebeu que o resultado era satisfatório no combate a uma espécie de tumor de pele. Desde então, achou-se que a substância estudada poderia servir de tratamento para pacientes com câncer, e o professor Chierice começou a produzir sinteticamente e distribuir de forma gratuita para quem o procura-se.

 
                                                                                            Fórmula molecular da fosfoetanolamina

     Apesar da droga não ser registrada pela Anvisa(Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e sua síntese artificial na USP ter sido proibida pela reitoria, uma liminar da Justiça que obriga a distribuição da droga pela USP a pacientes vítimas de câncer interessados foi concedida mediante persuasão dos familiares dos pacientes. Esse fato contraria tanto as medidas da USP quanto a diversos médicos, inclusive, o Dr. Drauzio Varella que, em entrevista ao Fantástico(edição do dia 18/10/2015), afirma que nenhum remédio deve ser usado sem um teste efetivo em seres humanos. Ele ainda complementa que não existirá remédio que combata todos os tipos de câncer de uma só vez, pois são diversos os tipos.

     Se esse composto é contraindicado por médicos e pela própria universidade que o estudou, por que criar esperanças consumindo uma droga que supostamente tem o efeito procurado sem nunca antes ter sido testado e comprovada sua eficácia. Resta aos pesquisadores e a Anvisa os devidos procedimentos para, quem sabe, contribuir com a busca incansável da humanidade pela cura do câncer.




                                                                                                           Por Matheus Abrantes
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